Nasci em 1962 em Muriaé, uma pequena cidade do interior de Minas Gerais. Este é um
estado famoso pelo ouro que não tem mais, pelo mar que nunca terá e por ser a terra
de alguns dos maiores nomes das letras brasileiras, como Carlos Drummond de Andrade
e Guimarães Rosa. Quando eu era criança, ouvi alguém dizer que ser mineiro era “meio
caminho andado” para virar escritor. Era bobagem, mas acreditei. Aos 13 anos decidi que
viveria de escrever.
Aos 17 me mudei para o Rio a fim de estudar jornalismo. Desde então fui repórter,
correspondente estrangeiro, editor ou colunista na maioria dos principais veículos de imprensa
do país. Andei pela crônica esportiva – que me levou a cobrir a Copa do México em
1986 – e, nos últimos vinte anos, atuo na área cultural. Tenho dois blogs, sobre literatura
(www.todoprosa.com.br) e sobre língua portuguesa (http://veja.abril.com.br/blog/sobre -palavras/) no portal digital de Veja, a maior revista semanal do país.
Estreei como ficcionista no ano 2000 com uma coletânea de contos, O homem que
matou o escritor. Desde então publiquei mais sete livros, entre eles três romances, uma
novela e outro volume de contos. Meu romance mais recente, O drible, foi lançado em
outubro do ano passado, e em abril deste ano saiu em espanhol pela editora Anagrama,
com o título El regate e excelente tradução do escritor mexicano Juan Pablo Villalobos. É
um drama de família contado contra o pano de fundo de meio século de história – história
política e social, mas sobretudo do futebol brasileiro em seus anos de glória. Bem antes
daquele 7-1, portanto.
O drible está sendo traduzido também para o francês e o dinamarquês e me valeu um
convite do Le Monde para ser folhetinista na terra de Balzac. Durante a Copa, publiquei
no jornal francês uma novela em capítulos chamada Jules Rimet, meu amor, sobre o roubo
da taça que a seleção brasileira conquistou – acreditávamos que definitivamente, tolinhos
– em 1970. Fico feliz de constatar que O drible é um dos indícios, não o único, de que, embora
nosso futebol atravesse uma crise inédita, a literatura finalmente começa a dar a esse
esporte o papel que ele merece como um dos pilares da cultura brasileira.
Minha página pessoal, com mais informações sobre meus livros, pode ser acessada
aqui: www.srodrigues.com.br. |