Nasci em 1991 no sul do Brasil, numa cidade industrial sem praias chamada Canoas. Talvez
por isso tenha começado a escrever, para tentar achar uma imagem de uma cidade onde
eu realmente quisesse morar e com a qual eu me identificasse de fato. No meu primeiro
livro, de contos, Contos de mentira (Record, 2011) ainda trazia esse senso de ser turista
dentro de casa.
No meu primeiro romance (Quiçá, Record, 2012), brinquei com isso e inventei minha
própria cidade. Até chegar no meu último romance, Luzes de emergência se acenderão
automaticamente (Alfaguara, 2014). Esse fala da minha cidade e das minhas coisas. Fui
finalista de alguns prêmios nacionais, ganhei alguns, fui escolhida a mais jovem autora
para a edição da Granta de melhores jovens autores brasileiros. Isso me deu um senso
de saber o que estou fazendo, mas não de pra onde estou indo. Não sei se nada disso fez
muito sentido. Talvez escrever seja a minha casa. |