© Eduardo Sterzi

Nasci em 22 de janeiro de 1973, em Porto Alegre, uma cidade ao sul do Brasil em que faz muito calor no verão e muito frio no inverno. Embora gostasse de escrever e me divertisse escrevendo redações para as minhas amigas no colégio, nunca pensei em ser escritora. Tinha um ou outro conto na gaveta, mas não achava que aquilo pudesse ser considerado literatura – o único que achava era meu namorado na época, Eduardo, hoje meu marido, poeta e professor de teoria literária. Um dia, já adulta e morando em São Paulo, cidade para a qual me mudei em 2001, mostrei meus únicos três contos a um amigo, que era correspondente brasileiro do site português de literatura Ciberkiosk. Este meu amigo gostou do que leu e publicou os quatro contos no site, minhas obras completas (naquelas alturas, já tinha escrito mais um). Eu, muito cara-de-pau, dizia que aqueles quatro contos faziam parte do livro O trágico e outras comédias. Os editores portugueses que comandavam o site gostaram dos textos e me pediram o livro. Claro que eu não o tinha. Mas, como não queria perder a chance de publicar, ainda mais em Portugal, pedi um mês para “revisá-lo”. Foi assim que entrei, quase por acaso, na literatura. Hoje, já tenho dez livros publicados, dois deles infantis. Entre esses livros, está minha primeira narrativa mais longa, Opisanie świata, lançada no ano passado, que levou o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Fundação Biblioteca Nacional para o melhor romance brasileiro do ano.

   Em meus livros, gosto de explorar as diferentes formas literárias, desrespeitando propositalmente os limites de gênero. Por isso, meus textos assumem os mais diversos formatos: conto, poema, peça teatral, carta, legenda fotográfica, anúncio publicitário, palestra etc. Não por acaso, dois de meus livros se originaram de projetos pensados inicialmente para outros suportes: Delírio de Damasco decorre de uma instalação visual e Minha novela de um vídeo, que pode ser acessado a qualquer hora no youtube (https:// www.youtube.com/watch?v=dkyAYwO5r5Y).

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