La Universidad de Guadalajara, mediante el proyecto del Museo de Ciencias Ambientales del Centro Cultural Universitario, y con apoyo de la Feria Internacional del Libro de Guadalajara, convoca al Premio Ciudad y Naturaleza José Emilio Pacheco. Al galardón, dotado de diez mil dólares estadounidenses, podrán participar todos los escritores y narradores en idioma español. Deberán abordar el tema referente a la naturaleza, la sustentabilidad urbana, la armonía socioecológica y el cuidado ambiental. Este galardón está bautizado en memoria del poeta José Emilio Pacheco, cuyo trabajo trascendió al explorar la aparente dualidad entre la ciudad y la naturaleza.
Creado por la Universidad de Guadalajara, en colaboración con el Instituto Nacional de Lenguas Indígenas, la Secretaría de Cultura, la Comisión Nacional para el Desarrollo de los Pueblos Indígenas, la Secretaría de Educación Jalisco y la Secretaría de Cultura Jalisco, el Premio de Literaturas Indígenas de América tiene el objetivo de enriquecer, conservar y difundir el legado y riqueza de los pueblos originarios mediante los diferentes géneros del arte literario, así como reconocer y difundir la trayectoria y obras de autores indígenas. Dotado de 300 mil pesos mexicanos, el premio se entregará en su décima edición en el marco de la FIL Guadalajara 2022.
Ruperta Bautista
El Premio Iberoamericano SM de Literatura Infantil y Juvenil se puso en marcha en 2005, Año Iberoamericano de la Lectura, con el propósito de impulsar la literatura infantil y juvenil en toda Iberoamérica. El objetivo de este premio es el reconocimiento a aquellos autores que hayan desarrollado su carrera literaria en el ámbito del libro infantil y juvenil. Dotado con 30 mil dólares, se entrega cada año en el marco de la Feria Internacional del Libro de Guadalajara.
Irene Vasco
Con el fin de crear una red que ayude a difundir la obra de los ilustradores de libros para niños y jóvenes en Iberoamérica, Fundación SM y la FIL Guadalajara convocan al 15 Catálogo Iberoamérica Ilustra. Las obras seleccionadas se montarán como exposición en el marco de la Feria Internacional del Libro de Guadalajara.
www.iberoamericailustra.comMartha Elena Saint Martin Luengas
Portugal
Portugal é um dos países mais antigos da Europa, com fronteiras imutáveis e uma língua única, desde há quase 900 anos. Muito se discute a sua identidade, sobretudo desde que a perda do Império colonial e a adesão à União Europeia, na sequência da revolução democrática do 25 de abril de 1974 que pôs fim a uma ditadura que teve o seu início com o golpe de estado militar de 1926, obrigou a um questionamento sobre os novos caminhos a seguir. Algo, no entanto, permaneceu imutável: a consciência de que um dos elementos decisivos para a independência foi a presença no modo de viver português de uma cultura de que a língua e a literatura formam parte integrante. A primeira expressão literária foi a poesia, escrita em galaico-português desde fins do século XII a meados do século XIV, de que um dos maiores representantes foi o rei trovador D. Dinis. Ao mesmo tempo, foram historiadores que deram forma à língua portuguesa, destacando-se Fernão Lopes cujas crónicas retratam com exemplar realismo a vida na corte e no povo do século XIV ao século XV.
Foram os Descobrimentos, iniciados ainda no século XV, culminando com a chegada à Índia da esquadra de Vasco da Gama em 1408 e com o achamento do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 1500, que propiciaram uma fonte de inspiração para as ciências, a historiografia e a literatura, destacando-se o Colóquio dos simples e drogas e coisas medicinais da Índia, editado em Goa, em 1563, de Garcia de Orta, o grande poema épico Os Lusíadas de Luís de Camões, editado em 1571, ainda em vida do poeta, e a Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, publicada em 1614, crónica entre o biográfico e o romanceado da sua vida aventurosa por terras da Ásia, incluindo o Japão até aos confins da China.
Passado o período heroico desses Descobrimentos, seguiu-se a construção do Império, que teve sem dúvida aspetos históricos negativos, mas que deu origem à criação de novas realidades e identidades culturais, de que se destaca a presença da arquitetura, da religião, da cultura e da língua na Ásia, na Oceânia, em África e na América do Sul. O aspeto mais significativo é, sem dúvida, uma língua que é falada nesses continentes e, na Europa, para lá de Portugal, em países como a França, Inglaterra, Alemanha, e outros em que o país mantém uma forte presença migratória, para além do Canadá e Estados Unidos, sobretudo com originários nas ilhas dos Açores, ou a África do Sul, onde vivem muitos descendentes de migrantes vindos da Ilha da Madeira. Para lá de ser a 5ª língua mais falada no mundo, para o que dá um grande contributo o Brasil, deu origem à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, sendo língua oficial em Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Moçambique, Angola e Timor-Leste.
Em cada século a literatura portuguesa teve momentos altos, e é a partir do século XIX, com romancistas como Almeida Garrett, Eça de Queiroz e Camilo Castelo Branco, com poetas como o próprio Garrett, também grande autor dramático, ou ainda Antero de Quental, Cesário Verde, António Nobre, entre muitos outros, que a nossa literatura ganha a dimensão internacional que já tivera, no passado, com Luís de Camões e Fernão Mendes Pinto. Mas será, no século XX, a revolução literária introduzida por Fernando Pessoa e pela sua geração, a geração da revista Orpheu, de que se destaca o poeta e prosador Mário de Sá-Carneiro, e muitos poetas quer, ao longo do século XX, justificariam que se chamasse a esse século um «século de ouro» da poesia portuguesa, que Portugal adquire um estatuto de originalidade plena no contexto universal, confirmado pelo Prémio Nobel atribuído, em 1998, há precisamente 20 anos, a José Saramago.
É esta literatura, que sempre manteve um diálogo com outras artes como a pintura, em que se destaca o também companheiro de Pessoa na revista Orpheu, José de Almada-Negreiros, que se auto qualificava futurista e tudo, que agora se apresenta na Feira de Guadalajara. Música, cinema, artes plásticas, arte popular, são muitos os aspetos que os escritores, intelectuais e cientistas presentes trazem ao encontro do público mexicano para que ele, nos encontros e livros que terá à sua disposição, possa dialogar com «os signos em rotação», para citar Octávio Paz, de uma literatura tão plural como a personalidade heteronímica de Fernando Pessoa.
Manuela Júdice Comissária